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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ode A Um Rouxinol

I
Meu coração sofre uma dor misteriosa
Como se eu bebera cicuta,
Ou ópio evanescente;
O minuto passado já naufragou no esquecimento.
Não invejo tua vida feliz,
Pois me sinto feliz em tua felicidade,
Onde Dríades aladas e luminosas pairam sobre as árvores
Nalguma melodiosa planície
De sombras e áreas verdes infinitas,
Tocada de leve pelo mormaço do verão.
II
Oh, a brisa sobre os vinhedos!
Refresca há muito tempo as profundezas da terra,
Saboreando a flora dos campos verdejantes,
Baila ao som de uma canção provençal e cora de alegria!
Oh, uma taça repleta do calor do Sul,
Transbordante do verdadeiro rubor do Hipocrene,
Borbulhando de espumas até a borda
E tingindo de púrpura os lábios que a tocam;
Aquela taça eu sorveria e o mundo se tornaria invisível,
E contigo eu desapareceria numa remota floresta.
III
Sumir para bem distante, até esquecer completamente,
Contigo no meio da folhagem,
O cansaço, a angústia e a aflição.
Aqui, onde os homens sentam e escutam, uns dos outros, os gemidos;
Onde a agitação e a tristeza sossegam um pouco,
Onde a juventude cresce firme e os fantasmas morrem;
Onde pensar é estar a salvo do sofrimento
E o plúmbeo olhar desaparece,
Onde a beleza não pode ocultar o teu olhar brilhante,
Nem um novo amor ansiar por algo além do amanhã.
IV
Longe, muito longe, eu voarei contigo,
Nunca na carroça de Baco puxada por seus leopardos,
Mas nas asas invisíveis da Poesia.
Contudo, o pensamento se assusta e se atrasa:
Já contigo!
Suave é a noite,
E por acaso a rainha lua encontra-se no seu trono,
Cercada por sua corte de estrelas;
Mas aqui não há luz
Exceto a que vem do céu com o sopro da brisa
Através da umbrosa verdura e de caminhos serpenteantes e relvosos.
V
Não posso ver as flores aos meus pés
Nem sentir o oloroso incenso que paira sobre a ramagem,
Mas inebriado, na penumbra, acho tudo doce.
Graças à oportuna primavera,
Contemplo a relva, o bosque e as árvores frutíferas;
Claros espinhos e madressilvas silvestres.
Fugazes violetas deitam-se sobre as folhas;
E destacam seu mais antigo broto;
Surge uma rosa amarela cheia de orvalho
A sussurrar sua habitual canção do entardecer.
VI
Secretamente escuto, e muito tempo
Fico quase fascinado pela leveza da morte,Chamei-a por palavras ternas em várias rimas,Para se mesclar ao ar da minha calma respiração;Agora, mais do que nunca, parece doce morrerPara tudo acabar à meia noite, sem nenhuma dor,Enquanto tua arte flui, tua alma te abandonaNum êxtase absoluto!E ainda tu cantarias e eu escutaria em vão -A fim de que teu réquiem se tornasse um adeus.
VII
Tu não nasceste para morrer, pássaro imortal!
Nem a fome dos homens ousou te abater;
A voz que a noite passada eu escutei
Também foi ouvida pelos palhaços e imperadores de outrora;
Talvez a tua própria canção haja encontrado um caminho
Através do triste coração de Ruth, quando doente em sua casa,
Ela chorou lágrimas nutritivas que te alimentaram;
As mesmas que tiveste, muitas vezes
Nos mágicos beirais;
Nas espumas das vagasDe perigosos mares, ou na terra encantada do desespero.
VIII
Desespero! Esta palavra é como um sino
Cujo dobre traz-me de volta o meu passado!
Adeus!
A ilusão não pode enganar para sempre.
Adeus!
Adeus!
Teu lamentoso canto silencia,
Ainda há pouco se ouvia perto das campinas, sobre o regato,
Nas encostas da montanha; mas agora está sepultado profundamente
Numa clareira de um vale próximo.
Teria sido uma alucinação ou um sonho velado?
Acabou aquela música: - Estou desperto ou durmo?
John Keats (1795-1821)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Despedida

John
-Temos que nos despedir agora.
Fanny
-“Acordarei...e descobrirei que tudo isso é um sonho? Tem que ser...não podemos ser criados para este tipo de sofrimento.”
John
-Eu duvido que voltemos a nos ver neste mundo.
Fanny
-Então porque está indo embora? Por que tem que ir?
John
-Nós tecemos uma teia, você e eu...presa a este mundo...mas um mundo à parte, que nós inventamos.
-Temos que cortar os fios, Fanny.
Fanny
-Não.Não posso.Nunca o farei.
John
-Vamos fingir que voltarei na primavera
Fanny
-Você vai voltar.
John
-Vamos morar no campo.
-E nosso quarto dará para um pequeno pomar de maçãs...e, mais além, uma montanha enevoada.

Fanny
-Podemos ter um jardim onde todas as flores selvagens crescem.
John
- E iremos nos deitar quando o sol ainda estiver a pino.
Fanny
- E, quando escurecer, a luz da lua irá atravessar a persiana.
John
-Eu vou abraçá-la apertado, beijar seus seios...seus braços...seu ventre.
Fanny
-Todos os lugares.
John
- O toque tem memória.
Fanny
- Sei disso...


(Trecho do filme- Brilho de uma Paixão)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

N&S - Nothing Without You (Vienna Teng)



É a noite tranquila que me quebra
Eu não posso suportar a visão deste lugar familiar
É a noite tranquila que me quebra
Como uma dúzia de pedaços de papel que só eu posso rastrear
Todos os meus livros estão mentindo inútilmente agora
Todos os meus mapas só vão me mostrar como fazer para perder o meu caminho

Oh! chame meu nome
Você sabe o meu nome
E em que o som
Tudo vai mudar
Diga-me que não vai ser tão difícil
Eu não sou nada sem você
Mas eu não sei quem você é

É a sala cheia de gente que me quebra
Todo mundo parece tão luminoso, e estranhamente jovens
É a sala cheia de gente que nunca ouviu falar
Ninguém aqui pode dizer uma palavra da minha língua nativa
Eu não posso estar entre eles mais
Vou embora antes que me queime com essa insensibilidade

Oh! chame meu nome
Você sabe o meu nome
E em seu amor
Tudo vai mudar
Diga-me que não vai ser tão difícil
Eu não sou nada sem você
Mas eu não sei quem você é...



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Over And Over




Eu sinto que todos os dias são iguais
Me desanima, mas eu sou o culpado
Eu tentei de tudo para fugir
Então aqui vou eu de novo
Perseguindo você, magoando-a novamente
Porque eu faço isso?

De novo, de novo
eu me apaixono por você
De novo, de novo
eu tento não

Sinto que todos os dias continuam iguais
Me arrastando ao chão e eu não consigo escapar
Então aqui vou eu de novo
Perseguindo você, magoando-a novamente
Porque eu faço isso?

De novo, de novo
eu me apaixono por você
De novo, de novo
eu tento não
De novo, de novo
você me faz me apaixonar por você
De novo, de novo
você nem mesmo tentou

São tantos pensamentos que eu não consigo tirá-los da minha cabeça
Eu tentei viver sem você, toda vez que eu tento eu me sinto morto
Eu sei o que é melhor para mim
mas eu quero você ao invés do melhor
Eu continuarei perdendo todo meu tempo

De novo, de novo
eu apaixono por você
De novo, de novo
eu tento não
De novo, de novo
você me faz me apaixonar por você
De novo, de novo
você nem mesmo tentou


[Music by Three Days Grace]

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Strength Through Music




Trancado em seu quarto
Ele viu o mundo
Uma teia de respostas
E garotas cegas


tick tick tick tick tick
tick tick tick tick tick


Não se incomode em culpar
Os jogos e as armas
Ele só está jogando
E os garotos só querem se divertir


Ele escolheu uma trilha sonora
E fez as malas
Ele pendurou o walkman
Em seu pescoço


tick tick tick tick tick
tick tick tick tick tick


É tão simples
A maneira que eles caíram
Sem chorar, sem lamentar
Sem nenhum som


tick tick tick tick tick
tick tick tick tick tick
tick tick tick tick tick
tick tick tick tick tick
tick tick tick tick
boom

Astronaut (A Short Story of Nearly Nothing)



Isso é o suficiente para ter algum amor?
Pequeno o bastante para escorregar pra dentro de um livro
Pequeno o suficiente para se esconder com a mão
Porque todos ao seu redor querem olhar


É o suficiente para ter algum amor?
Pequeno o bastante para escorregar dentro das rachaduras
As peças não parecem tão boas juntas
Todas quebradas e coladas atrás


E eu continuo não conseguindo o que eu quero
Eu quero tocar a parte de trás do seu braço direito
E queria poder me lembrar de quem eu era
Porque a cada dia eu estou mais longe disso


Mas você é meu adorável astronauta
Voando na cara da ciência
Eu ficaria alegremente em uma segunda chance
Apenas traga de volta boas recordações


E está ficando difícil de fingir
Como a vida segue sem você ao acordar
E como você pode ver os meios sem o fim?
Na atitude aleatória e frenética que nos tomamos


E está ficando fácil não me importar
Apesar dos muitos anéis em volta do seu nome
Isto não é engraçado e não é justo
Você viajou por todo este caminho e deu no mesmo


Mas você é meu adorável astronauta
Voando na cara da ciência
Eu ficaria alegremente em uma segunda chance
Apenas traga de volta boas recordações


E eu contaria a eles qualquer coisa para ver você dividir o entardecer comigo
Mas como você pode ver eu não tenho nada terrível pra contar
Todo mundo é doente por alguma coisa que ache fascinante
Todos menos você, mesmo que você não esteja se sentindo bem


Sim, você é meu adorável astronauta
Colidindo em nome da ciência
Minha sorte é eles enviarem sua metade superior
É uma recordação realmente boa
É uma recordação realmente boa


E você talvez possa estar familiarizado com a noite
Mas eu tenho visto a escuridão durante o dia
E você precisa saber, é uma visão aterradora
Porque você e eu estamos vivendo do mesmo modo

quarta-feira, 21 de julho de 2010

No Man Alive




Tudo o que importa é o amor...
Não há homem vivo que tenha o que eu preciso
Então me dê um homem que eu possa respirar
Não há homem vivo que tenha o que eu quero
Então me dê um homem que eu possa assombrar
Me dê uma linha de celular livre de estática
Então eu posso ligar para ele todo o tempo
Me dê uma corda astral brilhante
Então eu posso estar lá quando ele estiver com sua vadia
Eu sinto vir de novo
O sentimento que eu adoro
E que eu sei que acabará
(E quando o passeio chegar a um fim, apenas se levante, sacuda a poeira, e vá novamente)
Eu sinto vir de novo
O sentimento que eu adoro
E que eu sei que acabará
Não há homem vivo que eu não possa enganar
Então me dê um homem que seja mais cruel do que eu
Não há homem vivo que eu não possa destruir
Então me dê um homem que se posicionará antes
Me dê uma linha de celular livre de estática
Então eu posso conectar-me a ele todo o tempo
Me dê uma corda astral faiscante
Então eu posso estar lá quando ele não estiver mais...

Defenestration



Você quer caminhar reto sobre a linha
Eu apenas zigue-zagueio de um lado para o outro
Indo até você por trás
Indo até você, toda tesouras e facas
Toda sombras e mentiras
Você quer caminhar reto sobre a linha
Eu apenas balanço de um lado para o outro
Indo até você como alguma noiva cadáver esfarrapada
Indo até você, então fique longe
Eu estou passando através, se você não se importa
Eu me lembro do cômodo debaixo do sino
Nós demos as mãos na escadaria
Beija-flores me seguiam na escola
Ao menos era o que você dizia
Isso é tão você
Não importa se era verdade
As coisas eram simplesmente melhores dentro de você
E eu nunca fui a mesma coisa
Foi quando tudo mudou
Então agora eu vejo ele parado ali na janela
Oh, ele é tão doce
Eu quero amá-lo
Eu quero isso tanto
Mas quando eu procuro por ele
Para fora ele vai
Eu vejo ele parado ali na janela
Eu vou atrás dele, toda tumulto e enchente
Eu sussurro para a poeira ao seu redor
E para fora ele vai
Para fora você vai
Eu poderia dizer que estou surpresa mas não seria verdade
Porque isso aconteceu na última vez com o outro antes de você
Então fique longe da ferida
Eu estou passando através